quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Mulheres passam a procurar ajuda na primeira ameaça, revela Casa da Mulher

O perfil das denúncias mudou; Há três anos as vítimas chegavam machucadas para receber o atendimento

(Campo Grande News, 01/02/2018 – acesse no site de origem)

A Casa da Mulher Brasileira completa três anos de inauguração no próximo sábado (3) e comprova em números que a campo-grandense está se sentindo mais segura e informada. Balanço da unidade, aponta que os perfil das denúncias mudou, pois as vítimas que chegavam gravemente feridas, agora procuram auxílio na primeira ameaça.
A coordenadora geral da casa, Tai Loschi, informou em coletiva nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, que nesses três anos foram feitos 34.631 atendimentos na recepção e, deste total, 179.877 resultaram em encaminhamentos judiciais.

 A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse Tai Loschi. (Foto: André Bittar)
A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse Tai Loschi. (Foto: André Bittar)

Embora os casos de tentativa de feminicídio tenham subido, Tai pontua que o perfil das vítimas evoluiu positivamente deste a chegada da Casa. As mulheres estão mais seguras.

“Quando inaugurou a casa, as mulheres que chegavam aqui estavam sempre muito machucadas, agora só com a ameaça elas já vêm para cá. A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse.

A subsecretária de políticas públicas para mulheres, Carla Stephanini, complementou sobre a dificuldade que a unidade enfrentava para solucionar os problemas.

“Antes cada situação, que aparecia, tinha que ser solucionado em instituições diferentes. Agora é tudo centralizado na casa, ou seja, se eu preciso ir no juizado só vou no próximo bloco. É fundamental que a vítima perceba que está em uma situação de perigo e que há a necessidade de procurar ajuda”, disse.

A delegada titular da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) Ariene Nazareth Murad de Souza disse que houve aumento de 124% nos registros de boletins de ocorrência, levando em conta os casos de três anos antes da chegada da casa e dos últimos três depois da inauguração da casa.

A titular pontua que o crime mais comum é a agressão verbal, que inclui difamação, injúria e ameaças. A delegada informou que todos os femicídios na Capital foram solucionados e os autores presos e, que apesar, de as tentativas de feminicídio terem subido, os crimes consumados reduziram.

Ariene ressaltou, que o ciclo da violência se inicia na agressão verbal, e que de um total geral dos crimes, em 2015 foram – 6.195 registros, em 2016 – 7.237, e em 2017 – 7.326. A Polícia Civil ainda não informou a quantidade feminicídios nos três anos.

Danielle Valentim e Bruna Kaspary

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